quarta-feira, maio 28

Exposição Pintura / Escultura Taveira da Cruz


A Direcção da Galeria Geraldes da Silva tem o prazer de convidar V. Exa. e família para, no dia 31 de Maio, sábado, às 21h30, assistir à inauguração da exposição de pintura e escultura bem como à apresentação de livro, do artista Taveira da Cruz.
Na vernissage será servido um porto de honra
A Exposição estará patente de 31 de Maio a 25 de Junho, no seguinte horário: 2ªf a Sábado, das 10h às 13h e das 14h30 às 19h.


Obra relevante dum mestre que idolatrando a luz e a cor, alicerça uma força telúrica imensa sistematicamente exposta e ilustrada magnificamente nos seus quadros, que, no fundo, exprimem as filosofias da razão, a natureza, a injustiça e a verdade da arte, ou ainda a sua grandeza criadora, que transforma tudo que é belo nos reflexos vitais da existência.

Há um simbolismo invulgar neste artista que pode levar a um realismo burguês, pela técnica, mas o pintor credenciado sabe vivificar sem descambar para os valores teatrais da cópia. Apresenta-se viril, numa originalidade pessoal, como é seu timbre, cantando com os pincéis e espátulas, todos esses valores panteístas numa precisão de traço, que é liberdade, ávido por coisas novas, outras vestimentas, naquela ânsia de comunicar tal como é: numa actualidade da forma, das perspectivas, dos volumes, numa escola quase doutrinal, directa ou indirectamente, numa viva pedagogia.

Gostei de ver novamente este consagrado pintor numa pintura cimeira e primordialmente crítica da sua geração que se actualiza, se renova, presencista, que, numa soberba antinomia tem um sentido revolucionário.

Expressiva, quase renascentista naquele impressionismo quando alcança a integridade da harmonia, a luz, em certos ângulos entra pelos olhos adentro, deslumbra, numa exacerbação sensual que apetece ficar agarrado aos quadros, como se sentisse as vestes femininas duma bela mulher.

Trabalha o quadro numa segurança livre e desenrola os pincéis ou a espátula, nas esferas da beleza e exemplifica o conteúdo pela teoria, pelo jogo directo, sem falsos europeis, e mesmo num ou noutro quadro forçado, Taveira da Cruz, fixa caracterologicamente a simbiose da prospecção da natureza, dos objectos, da atmosfera psicológica, a essencialidade das figuras, o que é geneticamente válido ou existencial.

Grandes mostras nos tem presenciado este Mestre! Revivo as imagens vistas a correr e trago nos olhos as cenas líricas e diversas como o pintor tivesse a ambição ardente e rediviva de escalar os paramos da Acrópole, sem desfalecimento ou dúvidas mas somente na dor da criação

Voz única dos presentes, entendidos ou leigos, a beleza da coisa vista tem sido o constante prazer estético; a exigência estrutural e formal do objecto, da coisa que se conhece através do pintor numa larga gramática, fruto da sua sabedoria reconhecida pelo país e no estrangeiro, na máxima – quod visum placed.

A pintura de Taveira da Cruz agora vista evolui e possui as paixões estéticas e abstrai a tragicidade escatológica para dar a todos um hino de luz, cor, desenho de pura contemplação num quase hino de disciplinas.

Pintura unificada na sua rebeldia!

O complexo inconsciente deste artista é o nervo criativo, espiritual latente, que origina os seus quadros que ficam nas zonas nobres do espírito. E isso é um valor donde abrolha a emoção estética.

Dr. Manuel Bontempo, escritor e crítico de arte.

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