terça-feira, abril 8

Maria Lúcia Panicucci - Exposição de Pintura

EXPOSIÇÃO DE
PINTURA BRASILEIRA
Horário:
Das 10H00 às 13H00 e das 14H30 às 19H00 (Seg a Sáb)
Visões de São Paulo
Com 11 milhões de habitantes no município e 20 milhões na região metropolitana, São Paulo é a maior cidade do hemisfério sul e uma das maiores do mundo.Em sua malha viária, de aproximadamente 15 mil quilómetros, é intensa a circulação de pessoas e a movimentação de mercadorias que compartilham, necessariamente, o mesmo espaço urbano.É impressionante como a cidade vibra.Nela são comuns os estabelecimentos comerciais que funcionam em horários expandidos e até alguns que não fecham nunca suas portas.A vida cultural é intensa em São Paulo.Apesar de seus problemas, decorrentes da concentração humana e do excesso de veículos, seus habitantes gostam de viver nela, apreciam seus bairros, parques, ruas, avenidas e praças, até alguns de seus disparates.Sem a poluição visual que agredia os olhos da população, a cidade ficou melhor.Entre as pessoas que vêem com olhos amorosos a cidade de São Paulo está a pintora Maria Lúcia Panicucci. Arquitecta de formação e dirigente de uma empresa da área da construção civíl em São Paulo, quando aderiu à pintura, na segunda metade da década de 90, elegeu a paisagem urbana de São Paulo como seu leitmotiv.Ela, que contribui com seus projectos para a construção de uma nova cidade é atraída frequentemente em suas pinturas por edificações mais antigas, no estilo neoclássico e suas diluições, trazido ao Brasil, por ordem de D. João VI, pela Missão Artística Francesa, que chegou ao Brasil em 1816, trazendo entre seus profissionais especializados o arquitecto Grandjean de Montigny.Este estilo, que se estabeleceu inicialmente no Rio de Janeiro e outras capitais litorâneas, logo se espalhou por outras cidades brasileiras.Mas, em última análise, o que atrai mesmo Maria Lúcia Panicucci são os grandes espaços urbanos e os grandes espaços internos.A série exposta na Galeria Geraldes da Silva inclui duas panorâmicas do centro antigo da cidade, que se formou em torno do Pateo do Collegio, construído pelos jesuítas portugueses no local em que foi celebrada a primeira missa na cidade e que hoje abriga a cripta do Pe. José de Anchieta.Inclui ainda outra panorâmica, da Praça Nossa Senhora Aparecida - padroeira do Brasil - localizada no bairro de Moema, de formação bem mais recente.Ainda no centro histórico, Panicucci recriou o Vale do Anhangabaú, hoje um enorme calçadão arborizado sobre um entroncamento rodoviário, com o tradicional Viaduto do Chá ao fundo.A área, no primeiro quartel do século XIX, era uma chácara pertencente ao Barão de Itapetininga e, posteriormente, à Baronesa de Itu.Voltando para trás seu ângulo de visão, ela pintou o belo Viaduto Santa Ifigênia, localizado no mesmo vale, construído entre 1911 e 1913 com projecto italiano e materiais belgas.Ainda no centro antigo da cidade - que a Associação Viva o Centro luta para reintegrar à vida social e económica da metrópole - ela deu nova vida pictórica, no Largo São Francisco, à Escola de Comércio Álvares Penteado, e a um interior da monumental Faculdade de Direito, também conhecida como "As Arcadas", criada por lei imperial poucos anos depois da independência do Brasil e destinada inicialmente a formar governadores e administradores públicos.Trata-se de uma bela pintura, que capta a luz filtrada que entra no grande espaço interno pelas portas encimadas por arcos criando um clima de paz e reflexão, em contraste com a agitação que se sabe existir lá fora, no largo em que o prédio se encontra, e que abriga também, paradoxalmente, dois oásis de tranquilidade: o Convento de São Francisco e a Igreja da Ordem Terceira da Penitência.Dando preferência ao centro, ela pintou também, por fora e por dentro, a Catedral Metropolitana da Sé, um dos cinco mais importantes templos góticos do mundo, inaugurada em 1954 durante o quarto centenário de São Paulo.E afastando-se um pouco da Praça da Sé, marco zero da cidade de São Paulo, ela recriou o Museu do Ipiranga, hoje Museu Paulista e integrado à Universidade de São Paulo, construído às margens do rio Ipiranga, onde D. Pedro I, em 7 de Setembro de 1822, proclamou a independência do Brasil.De modo geral, a pintura de Maria Lúcia Panicucci é harmoniosa, não estabelecendo contrastes fortes de cor; é diluída, quase imaterial, sensível, emocional.As formas são frequentemente delimitadas, mas de forma suave, baixa, agradável à vista. Sua pintura está mais para uma música de câmera do que para uma sinfonia.

Enock Sacramento
Membro da Associação Internacional de Críticos de Arte, Paris
A Direcção da Galeria Geraldes da Silva em conjunto com as organizadoras / curadoras Maria dos Anjos Oliveira / Tânia Sciacco e a artista Maria Lucia Panicucci, convidam Vª Ex.ª, família e amigos a visitarem a Exposição de Pintura cuja inauguração terá lugar na Galeria Geraldes da Silva na Rua de Santo Ildefonso, 225/229, no dia 12 de Abril de 2008 (sábado) pelas 17H00.

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